O Stress – A doença dos tempos modernos

Quem não se sente, nos dias de hoje, stressado? Com a crise, o desemprego, as obrigações fiscais, a poluição, a correria diária, os filhos, os pais, o cão, o gato…sempre com uma alimentação incorrecta e falta de exercício físico.

Somos inundados por artigos e entrevistas de médicos, nutricionistas, psicólogos, especialistas dos mais diversos ramos (e com os mais diversos interesses), onde sabiamente informam o inculto cidadão que deveria fazer uma alimentação correcta, que deveria fazer exercício físico, que deveria beber dois litros de água por dia, que deveria parar de trabalhar de hora a hora, levantar-se para andar, descansar a vista do computador e comer uma peça de fruta.

Consigo mesmo imaginar o cenário: suspender uma reunião com um cliente, dizendo que “desculpe lá Senhor Matias, mas vou só ali comer um iogurtezinho e já venho!”, ou então, com um prazo urgente a terminar, informar o patrão que “oh Senhor Ribeiro, eu sei que temos este trabalho para acabar até às 17 horas, mas tenho de fazer a minha pausa da frente do computador e vou ali buscar uma garrafinha com água!”.

Ou seja, por muitos legítimos que sejam todos aqueles conselhos, são, perdoem-me os especialistas, na maior parte dos casos, impraticáveis. Não existe, principalmente em Portugal, um superior hierárquico que seja solidário com a nossa saúde, e tenha preocupações com os trabalhadores neste âmbito.

Já lhe foi facultada uma cadeira (não ergonômica), uma mesa de trabalho com um computador (que não respeita as indicações que os fabricantes aconselham, quanto à altura e posição do mesmo), têm uma máquina de café (sem café, esse, tem de ser o trabalhador a comprar), que pretendem mais?

E só me refiro aos trabalhadores de escritório, nem vou mencionar os casos de trabalho físico mais intenso, como o motorista de pesados, o fiel de armazém, o carteiro, o pedreiro, o trolha…creio que seria caricato, um destes trabalhadores se recusar a desempenhar a sua função, porque “têm estado temperaturas e radiações UV muito elevadas, e a senhora das notícias aconselha a evitar desempenhar tarefas árduas durante as horas mais quentes do dia”.

É fácil imaginar a resposta de um patrão, manifestamente injusta, mas real.

 

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