Vai de van!

Foi a primeira coisa que minha mãe gritou lá da cozinha quando falei que uns amigos e eu estávamos querendo ir a um show numa cidade vizinha. Fiquei sabendo do evento por uma rede social, falei com a galera e animaram de ir também. Como dois de nós temos carro, pensamos em fazer um comboio e ir.

Mas mãe é mãe, né? Você pode ter 15 anos de carteira, experiência em estradas, com chuva, neblina e o escambau, e ela ainda vai se lembrar de você pequenininho, brincando ao volante no colo do seu pai. E bastou Dizer a ela nossa ideia pro fim de semana pra ela retrucar no mesmo instante: “Vai de van! Tem um aluguel de vans lá na praça, vai lá! É bem mais seguro!”.

Dando trato à bola

Aluguel de vans para shows

Não me pareceu má ideia, apesar de que ser tratado como infante não é das minhas sensações favoritas e me senti até meio ofendido. Mas pensando bem, lá ia ter venda de cerveja (lógico) e eu não ia poder, mesmo, beber e dirigir – nem a galera. Aí resolvi espalhar a ideia. Chamei o pessoal pra conversar.

De cara eles também não gostaram muito – e acho que o sentimento era o mesmo: a sensação de dirigir o próprio carro até onde quer dá uma sensação de “ahaaaá! sou adulto” que é difícil deixar de lado. Ir de van, pra galera, é quase como pedir pro pai levar. E pra um bando de caras de 20, 22 anos, isso ofende até o fundo da alma! Mas aí, foi só usar os argumentos certos.

A primeira coisa: o show ia ser de noite, então já sairíamos de casa com tudo escuro. Quem dirige sabe que é uma situação um pouco mais tensa, já que sempre tem um carro com problema elétrico andando apagado no acostamento, pedestres com roupas escuras andando pelo mesmo acostamento ou atravessando a rodovia, ciclistas idem, sem falar nos animais soltos (um eterno e perigoso risco).

E se a ida seria já de noite, a que horas seria a volta? Dependendo da duração do show, só de madrugada! Todo mundo ia estar cansado, provavelmente com sono e, apesar da distância da nossa cidade até lá não ser muito longa, numa situação dessas dirigir fica complicado e perigoso. Pra não ficar assim, só se o motorista da volta não curtisse – aí não teria graça, não é?

E terceira razão: a cerva! Nossa cervejinha querida! Quem é que toparia ser o motorista da volta, condenado a ir a uma festa sem direito a curtir nada, de tomar uma?? Daria até briga uma coisa dessas.

Aí o pessoal entendeu que realmente seria melhor não arriscar e concordaram: “vamos de van, então”.

Negociando em grupo

Aluguel de vans para showsA gente conhecia duas ou três empresas de aluguel de vans e nos dividimos em grupos pra fazermos os orçamentos em cada uma delas. Depois nos reunimos e avaliamos as opções: veículos disponíveis, opcionais, valor do serviço, tudo. Demos uma pesquisada rápida na internet e também entre amigos pra ver se tinha alguma coisa negativa sobre alguma daquelas empresas – e descobrimos que uma delas já tinha levado várias multas por excesso de velocidade. Essa nós descartamos de cara – e entre as outras, escolhemos pelo preço (o gerente fez um descontinho bacana pra nós).
Tudo certo, contrato feito, só faltava mesmo sairmos pro show! Agora que minha mãe (e as mães dos outros caras) estava mais tranquila, não teve drama na despedida – só mesmo o velho pedido pra levar o casaco “porque vai esfriar”. Em pleno verão!! Mas não é que esfriou mesmo??

Mãe não tem jeito, acerta todas. 🙂

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