Bronquite crônica

A bronquite crônica é uma doença inflamatória dos brônquios respiratórios, as vias aéreas que transportam oxigênio para os pulmões, e está associada à exposição prolongada a irritantes respiratórios não específicos, incluindo microorganismos. Trata-se de uma variante da doença pulmonar obstrutiva crônica. 

Foto de Bronquite crônica

O primeiro sintoma pode ser uma tosse persistente que produz catarro, durante mais de três meses consecutivos, que surge geralmente após um resfriado mal curado.

O que é? A definição de bronquite crônica é clínica. A sua aplicação exige a presença de tosse produtiva, com expectoração, na maioria dos dias durante pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos, na ausência de qualquer outra doença que possa ser responsável pela tosse.

É uma doença pulmonar obstrutiva crônica, lentamente progressiva.

Quais as causas

A causa mais frequente de bronquite crônica é o consumo de tabaco. Praticamente todos os fumadores sofrem um declínio acelerado da função pulmonar, que é dependente da dose (número de cigarros fumados) e da duração dos hábitos tabágicos.

Estima-se que pelo menos 80% dos doentes tenham tido uma exposição significativa ao fumo do tabaco (quer como fumadores activos, quer como passivos).

Outros factores implicados no desenvolvimento da bronquite crônica são a poluição atmosférica, infecções das vias respiratórias, factores familiares, ocupacionais (exposição a poeiras, orgânicas e inorgânicas ou a gases nocivos no trabalho) e alergias.

Quais os sintomas

Bronquite crônica causa tosse

Os sintomas de bronquite crônica iniciam-se habitualmente na quinta década de vida e a maioria dos doentes são fumadores. É frequente a queixa de «catarro do fumador», tosse sobretudo matinal e geralmente com expectoração mucosa (esbranquiçada) ou purulenta (coloração amarelada) durante as exacerbações.

Os doentes têm frequentemente excesso de peso e por vezes cianose facial (face de coloração azulada). Pode ocorrer dispneia (falta de ar), que inicialmente é ligeira e se manifesta apenas após exercício físico intenso.

Com a progressão da doença, a dispneia (falta de ar) passa a aparecer após pequenos esforços ou mesmo em repouso. A morte ocorre geralmente durante uma exacerbação da doença, em associação com insuficiência respiratória aguda.

Diagnóstico

radiografia de tórax com sintomas de bronquite crônica

O diagnóstico de bronquite crônica é clínico, ou seja, é suficiente a constatação de tosse produtiva na maioria dos dias durante pelo menos 3 meses, em 2 anos consecutivos, para se diagnosticar a doença. Contudo, são necessários alguns exames complementares, como a radiografia do tórax, para excluir outras doenças causadoras de tosse.

Dada a variabilidade das manifestações, na avaliação diagnóstica da bronquite crónica é necessário realizar testes de função pulmonar. Estes permitem avaliar objectivamente a presença, gravidade e reversibilidade da obstrução das vias aéreas.

Como se desenvolve

A bronquite crônica é uma doença lentamente progressiva e caracteriza-se por secreção excessiva de muco brônquico.

A acção de alguns agentes agressivos, como o fumo do tabaco, contribui para a ocorrência de inflamação persistente das vias aéreas, conduzindo a um estreitamento das mesmas com consequente obstrução. A obstrução das vias aéreas pode ser acompanhada de hiperreactividade brônquica e pode ser parcialmente reversível.

As manifestações clínicas podem estar ausentes no início do curso da doença. Geralmente, os doentes apresentam uma história de tosse crónica durante vários anos e só posteriormente é que têm dispneia (falta de ar) de agravamento progressivo.

Tratamento

O objectivo principal do tratamento da bronquite crônica é a reduzir a irritação dos brônquios, melhorar os sintomas e prevenir complicações e pode incluir a toma de medicamentos, oxigenoterapia e reabilitação pulmonar.

A intervenção mais importante é deixar de fumar. Para tal, existem diversas medidas que podem ajudar na eliminação do hábito tabágico, como pastilhas ou adesivos de nicotina e acompanhamento psicológico.

É importante prevenir a evolução tentando preservar a função respiratória, tratar as complicações e evitar as exacerbações da doença.

Os medicamentos broncodilatadores permitem melhorar a dispneia, a tolerância ao exercício e, em alguns casos, beneficiam de tratamento com corticóides ou de oxigénio diário no domicílio.

Em situações de agravamento da doença, em que os doentes não respondem às medidas iniciais de tratamento, é necessário o internamento hospitalar para tratar a causa da exacerbação.

Remédios caseiros

Masagem linfática

Existem algumas terâpias, substâncias, alimentos e plantas medicinais que podem ser uma óptima solução de tratamento natural para reduzir ou sintomas e a inflamação dos brônquios. Podemos destacar o açafrão-da-terra (Curcuma longa), mel, gengibre, limão, cebola e algumas técnicas de massagem, como por exemplo a massagem linfática.

Como prevenir

A melhor forma de prevenção da bronquite crônica é a eliminação da exposição ao fumo do tabaco. Outras medidas preventivas fundamentais são as realizadas no sentido de diminuir a poluição atmosférica e as de segurança ocupacional (ou seja, utilização de mecanismos de protecção relativamente a poeiras e gases nocivos).

A utilização de antibióticos como forma de prevenção de exacerbações (cuja causa mais frequente é a infecção respiratória) não está indicada. Por outro lado, as vacinas anuais para a gripe e a anti-pneumocócica são benéficas na prevenção das crises, mas não têm efeito na progressão da doença.

Doenças comuns como diferenciar

É possível distinguir a bronquite crônica de outras doenças pulmonares como a asma, bronquiectasias e fibrose cística através das manifestações clínicas, radiográficas e laboratoriais.

Além da bronquite crônica, o grupo de doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC.) engloba mais uma doença, o enfisema pulmonar. Apesar de ser importante diagnosticar e tratar estas duas entidades separadamente, a maioria dos doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, possui características de ambas.

Além das diferenças encontradas em termos de exames complementares, existem algumas manifestações clínicas que as identificam.

Enquanto na bronquite crônica a queixa principal é a tosse produtiva, os doentes têm frequentemente excesso de peso e a face azulada, no caso do enfisema pulmonar a queixa principal é a dispneia (falta de ar), os doentes são geralmente magros com perda ponderal recente, e encontram-se frequentemente com a face muito rosada.

Outras designações: Expressão popular utilizada: «catarro do fumador».

Quando consultar o médico especialista

Pessoas fumadoras, mesmo que ainda não possuam sintomas da doença, devem recorrer ao médico de forma a poderem ser tomadas medidas que, em conjunto com a motivação pessoal, permitem aumentar a eficácia da tentativa de deixar de fumar.

Dado que se trata de uma doença crônica, os doentes devem ser vigiados regularmente pelo seu médico, recorrendo a este ou, se tal não for possível, ao Serviço de Urgência, em caso de agravamento dos sintomas. O médico a consultar é o médico assistente, o médico especialista de Medicina Interna ou de Pneumologia.

Pessoas mais predispostas

Fumadores (activos e passivos), trabalhadores que lidam com poeiras ou gases nocivos, residentes em áreas com elevado teor de poluição atmosférica e pessoas com alergias.

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