Como repreender construtivamente um jogador de futebol

Quando alguma coisa de anormal acontece ao nível disciplinar, o clube acaba sempre por enfrentar uma situação delicada e perigosa. Os jogadores cujo comportamento constitui motivo de repreensão devem ser punidos disciplinarmente; no entanto, tal processo corre sempre o risco de acarretar outras repercussões internas se o processo não for suficientemente rigoroso em termos de justiça e discreto em termos de divulgação.

Neste artigo apontamos 7 aspetos que devem ser tidos em conta quando é necessário repreender um atleta. Estes princípios teóricos destinam-se a minimizar as repercussões de tal processo, tanto ao nível do grupo como do processo mental do jogador em causa.

1. O papel preponderante neste processo deve caber sempre ao treinador

Ele tem de se assumir como o verdadeiro líder do grupo e não pode deixar que qualquer outro elemento do grupo ou mesmo dirigente tome a liderança do processo. Na verdade, a simples repreensão de um jogador pode por em causa a liderança do técnico se for feita por um subordinado seu ou até por um diretor. E nada pode ser mais nefasto ao grupo do que a perda de uma liderança forte como deve ser a do treinador.

2. Qualquer castigo, advertência ou repreensão deve ser feita em consonância com a direção do clube

Na verdade, o papel de liderança do treinador, que referimos acima, deve ser acompanhado por um ajustamento de processos que impeça sempre esse grande risco que é o surgimento de desentendimentos internos ou choques de liderança.

3. Da mesma forma, a advertência deve ser feita em consonância com o capitão de equipa e com a generalidade do plantel

Isto porque é fundamental que todos entendam e aceitem a justiça da decisão.

4. A repreensão deve ser acompanhada pelo reconhecimento do papel positivo do jogador no grupo de trabalho

Os responsáveis técnicos e diretores nunca podem esquecer que estão a lidar com seres humanos que necessitam de uma motivação permanente para desempenhar da melhor forma o seu papel dentro do campo. Por isso, é fundamental que um castigo seja acompanhado de incentivos para que o jogador não perca a motivação para o trabalho. Só assim é que o grupo sai valorizado perante todos: sócios, adeptos, simpatizantes das apostas desportivas, comunicação social, direção, entre outros.

5. Um outro aspeto determinante é que a repreensão deve ser sempre privada, sem qualquer divulgação pública e muito menos da comunicação social

Se o processo extravasa para fora do grupo, as suas consequências podem ser devastadoras, causando grande instabilidade no clube.

6. A repreensão deve ser feita de forma ponderada e nunca “a quente”

É sempre preferível que os responsáveis deixem passar algum tempo sobre os atos que provocam a advertência e a ocorrência da repreensão. Tal intervalo proporcionará certamente um incremento da racionalidade das decisões.

7. Antes da repreensão, o jogador em causa deve conhecer e reconhecer a justiça do ato

Caso contrário a repreensão será contraproducente. O ideal seria mesmo que o jogador antecipasse a decisão disciplinar reconhecendo a sua falha e procurando justificar os seus procedimentos. Neste aspeto, os colegas de equipa podem ter um papel fundamental, tentado demonstrar ao jogador a necessidade de reconhecimento das falhas.

No comments yet.

Deixe um comentário

*