Cuidado com o improviso

Quando se fala em improviso, normalmente imaginamos que, devido a uma situação imprevista, foi necessário arrumar uma solução rapidamente para resolver o problema. Deveria ser assim sempre, já que improvisos normalmente têm baixa qualidade, seja no ato, seja no material utilizado. O problema é quando se passa a utilizar o improviso como solução permanente.

Improvisando e dando beleza a sua casa com Paletes.

Improvisando e dando beleza a sua casa com Paletes.

Comum de se ver por aí é palete improvisado. “Mas como assim ‘palete improvisado’? Não é tudo a mesma coisa?”. Na verdade, não. Os paletes têm padrões internacionais a seguir, tanto no que diz respeito às suas medidas quanto nas madeiras utilizadas e formas de montagem de cada um. Quase ninguém sabe disso, na verdade porque, para a maioria de nós, um palete não passa de uma montagem de ripas de madeira sobre peças mais fortes (para fazer os “pés”) e pronto. Não é? Mas não é bem assim…

Padrões corretos

Vamos nos ater aos exemplos que trafegam mais frequentemente por aqui, para ficar mais fácil. No Brasil, existem dois modelos principais, o padrão PBR (brasileiro) e o padrão EURO (europeu).

O palete padrão PBR mede 1,00m por 1,20m e suporta 1.200 quilos. Em sua montagem, são utilizadas apenas madeiras de reflorestamento, especificamente pinus e eucalipto, cada uma em peças específicas do palete. Na verdade, a montagem de paletes padrão PBR é totalmente direcionada por normas técnicas muito rígidas que controlam, inclusive , o quanto um prego pode ser “afundado” madeira adentro sem comprometer a resistência programada para o palete. Sério! Até o ângulo das quinas tem norma.

Paletes e seu padrão internacional.

Paletes e seu padrão internacional.

O palete padrão EURO também tem suas normas próprias. Elas não são muito diferentes do PBR; vão se diferenciar, principalmente, no que diz respeito às dimensões, que são ligeiramente menores que as dimensões do padrão brasileiro.

Uma coisa em comum entre os paletes normatizados é que eles trazem uma inscrição nas vigas: “PBR” ou “EURO” gravadas com tinta ou a quente. Você já deve ter visto algo assim por aí, não é?

O problema dos improvisados

“Mas e daí? Um palete não-padronizado também cumpre seu papel”. Verdade, cumpre sim. Aliás, paletes não-padronizados costumam ter as mesmas dimensões dos padronizados. O problema deles é que o rigor da confecção de cada um deles é muito menor do que o exigido pelas normas. É comum encontrarmos este tipo de paletes com rachaduras, fendas, farpas de grandes dimensões, pregos a mais, pregos a menos e mais uma coisa: mal se sabe qual madeira foi utilizada. Frequentemente são feitos inteiramente da mesma madeira, o que compromete a resistência ao peso que deveriam suportar.

Talvez você esteja querendo saber pra quê padronizar um simples palete, se a única coisa que ele precisa fazer é carregar peso. Bom, se você pensar que todo o espaço em um caminhão ou em um depósito deve ser aproveitado totalmente, perceberá que se houverem ali paletes de vários tamanhos, via acabar sobrando algum canto onde nenhum palete vai se encaixar – e áreas morta assim sempre representam prejuízo, pois não têm serventia nenhuma. E os produtos não podem ser colocado diretamente no piso, não é?

Outra necessidade da padronização vem das empilhadeiras. Mesmo vindo de diferentes fabricantes, suas pás têm as mesmas medidas e distâncias – e imagine agora se os operadores dessas empilhadeiras precisassem manejar paletes com medidas inadequadas para elas? Não conseguiriam – e não poderiam fazer isso usando a força bruta, devido ao grande peso dos produtos sobre os paletes.

Não raro, vemos paletes assim que nãop passam de um simples estrado: vigas mais grossas em baixo e tábuas pregadas por cima. E só. Num palete padronizado, existem tábuas debaixo desse conjunto para adequar e garantir a estabilidade do conjunto, mas nos improvisados…

Improviso não pode ser solução definitiva por várias razões, e segurança é uma delas.

No comments yet.

Deixe um comentário

*