Visão sobre a iluminação artificial

“O que bonito deve ser visto” diz o adágio que confirma a ideia de que a estética luminosa pressupõe que algo desejável visualmente deve ser cultivado.

Como objeto da cultura, a luz e sua diversidade estética (lustres, castiçais, abajures e outros) acompanha o modo como compreendemos a nossa sociedade, e também as outras sociedades que estão ao alcance de nossas vistas.

Mas o que é visto também deve pode ser valorizado a partir de quem deseja ver, sim, a visão é também uma questão daquilo que se propõe ver, ou do que propomos ver.

Por muito tempo

Na sua constante luta pela sobrevivência contra e em seu habitat, os humanos no paleolítico descobriram como manter aceso o fogo que eventualmente aparecia na mata, por incidência da queda de um raio (que pôde ter criado a ideia “fogo como presente dos céus”) ou por outros eventos naturais. Esse tipo de acesso permite que eles possam também iluminar a noite criando um cenário fantástico de sonho e apreensão.

Provavelmente com a percepção de que faíscas criavam fogo e o friccionar, o golpear de duas pedras criava tais faíscas foi fácil ver o que deveria ser feito. A escuridão passa a produzir uma luz, a luz da razão que ainda é débil e cercada da escuridão da natureza.

O fogo não é descoberto assim pelos humanos, apenas domado e o controle sobre essa força natural é o controle do tempo, uma vez que agora é possível estender a vida desperta e útil desses. A vida humana é dobrada e refletida para as trevas, que não são mais todo poderosas à noite. Não que também tivessem um dia sido, uma vez que a luz da lua cheia evitava isso. Não é à toa que as deusas da lua sempre foram temidas, adoradas e, quando possível, seduzidas.

A caça do dia que precisava ser preparada à noite, ou mesmo assada, cria novas possibilidades. A gordura que pinga aumenta as chamas e a carne que serve para alimentar as barrigas serve também para alimentar o fogo. Extratos de óleos animais e vegetais embebidos em fibras criam espécies de “lustres de pedra” durante o Neolítico. Entendemos melhor agora que a inspiração só lustres de cristal de rocha não é algo assim tão inédito. ,

 Mas não por todos os tempos

A segurança e, portanto, o conforto que o domínio do fogo permitiu que o homem tivesse o tempo para refletir sobre o que estava a seu redor. E em suas reflexões pensou que aumentar a luz ao seu redor lhe permitirá mais segurança para refletir confortavelmente. Cerâmicas que são produzidas e servem para reproduzir ainda mais o fogo. E o fogo da cerâmica permite que o homem sonhe acima das sombras; ela passa a pensar por meio da arte.

As chamas ardem nas forjas dos ferreiros e com eles metais que refletem ainda mais a luz passam a ser formatados: ouro e prata refletem a luz e o desejo de ser tão brilhante quanto a mesmas. Os homens e mulheres se vestes com esses metais brilhantes, para se vestirem de luz.

Esse pensamento mais elevado faz com que os humanos percebam que quanto maior a altura que uma chama é colocada, mais a superfície iluminada. Os lustres para sala inicialmente grandes e coletivas evoluem até ter a eficiência para que finalmente as salas pequenas possam também ser confortáveis para a individualidade.

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