Doppler Vascular – Doppler Portátil e Eco Doppler Venoso

Doppler Vascular – Este método produz sons e registos, que resultam de um feixe de ultra-sons cuja frequência é alterada pela circulação do sangue. O efeito é o mesmo que podemos ouvir num autódromo aquando da passagem dos carros, que provoca uma alteração da frequência do som.

Quando se aproximam, o som do motor torna-se mais alto e depois de passarem o som vai diminuindo, à medida que se afastam. Esta alteração da frequência do som denomina-se efeito Doppler (foi descrito por Christian Doppler na década de 40 do século XIX).

O Doppler vascular produz som (a partir de uma coluna de som), que resulta da circulação do sangue: o sinal de ultra-som também pode ser visualizado num ecrã e gravado, para se fazer uma análise mais cuidada. Depois de ter sido posto um gel especial na pele, garantindo, assim, um bom contacto sonoro, é colocada uma sonda sobre uma arteria ou veia.

Na extremidade da sonda há dois cristais. Um deles transmite um feixe de ultra-sons (de cerca de 5 a 8 megahertz ou MHz: 5 a 8 milhões de ciclos por segundo) para os tecidos, que, depois, é reflectido para o outro cristal. Se o feixe não detectar movimento, o Doppler não produz qualquer som. Contudo, se o feixe detectar sangue em circulação, a sua frequência altera e produz um som. As especificidades do som produzido fornecem informação sobre a circulação sanguínea.

As artérias produzem um som pulsátil característico, mas, para examinar as veias das pernas é normalmente, necessário apertar a barriga da perna a fim de impulsionar o sangue. Por exemplo, se a sonda do Doppler estiver sobre a veia safena interna na coxa e a barriga da perna for apertada, é produzido som à medida que o sangue é empurrado para cima; mas, quando se solta a barriga da perna, não há produção de som, uma vez que as válvulas da veia impedem o refluxo de sangue no sentido descendente da perna. No entanto, se as válvulas forem insuficientes, o sangue circula no sentido descendente da veia (refluxo) quando se solta a barriga da perna e o Doppler produz um som.
São utilizados dois tipos de Doppler no exame das varizes:

– Doppler portátil;
– Eco-Doppler venoso.

Doppler portátil

O Doppler portátil é uma máquina pequena, habitualmente usada pelos médicos no exame das varizes. O exame com Doppler portátil permite verificar: o se a veia safena interna está danificada e a que nível da coxa; e se há refluxo de sangue (circulação do sangue no sentido descendente da veia, como resultado da insuficiência das válvulas) atrás do joelho; se houver, é necessário realizar outros exames – o refluxo pode dar-se na veia safena externa ou nas veias profundas; e se há veias perfurantes incompetentes em qualquer outra zona da perna; se o funcionamento arterial na perna e no pé é normal.

O objectivo mais importante do uso do Doppler portátil é verificar quais os doentes que necessitam de um exame mais detalhado com Eco-Doppler venoso. O exame com Doppler portátil é particularmente importante para as veias atrás do joelho, uma vez que detecta válvulas incompetentes. que, de outra forma, não seriam detectadas.

Eco-Doppler venoso

O Eco-Doppler venoso é uma máquina de grande porte que usa dois tipos de ultra-som, para produzir imagens e som ou gravação.

– O primeiro tipo de ultra-som produz imagens dinâmicas num ecrã, à medida que este é reflectido pelos diferentes tecidos do corpo. Este é o tipo de ultra-som que dá a imagem do bebé dentro da barriga materna ou que é usado para examinar as pedras da vesícula biliar.

– O segundo tipo é o ultra-som Doppler, semelhante ao Doppler portátil, mas mais sofisticado. A direcção do feixe de ultra-som Doppler é dada por uma linha que aparece na imagem dinâmica dos tecidos. Além disso, é usada uma técnica especial (Doppler pulsátil), que permite receber os sinais do Doppler da profundidade escolhida (qualquer ponto da linha do feixe). Alterando a direcção do feixe e escolhendo diferentes profundidades, pode-se obter registos precisos do interior de qualquer artéria ou veia na imagem de ultra-som. lsto permite perceber se o sangue circula na direcção errada numa veia superficial, numa veia profunda ou em ambas. Tal não é possível com o Doppler portátil.

As imagens produzidas pelo Eco-Doppler venoso permitem seguir as varizes superficiais, de forma a conhecer o ponto exacto em que se juntam às veias profundas. As avançadas capacidades deste dispositivo permitem verificar, de forma exacta, a gravidade do refluxo de sangue nas veias com válvulas insuficientes.

O Eco-Doppler venoso é um importante avanço na forma como lidamos com as varizes. Alguns médicos requerem o exame com Eco-Doppler venoso para todos os doentes com varizes. Outros, quando estão muito treinados com o Doppler portátil, usam este método mais simples e desta forma, seleccionam os doentes (menos de metade) que necessitam de fazer o exame com Eco-Doppler venoso, mais demorado e dispendioso, para se obterem mais informaçoes.

Ambas as abordagens têm vantagens e desvantagens, mas o que realmente importa é que todos os doentes que possam necessitar de tratamento façam um exame de ultra-sons adequado, de forma a identificar claramente as veias afectadas e os problemas existentes.

De uma forma geral, os médicos concordam que os exames com Eco-Doppler venoso são fundamentais nas seguintes situaçoes:

– Qualquer doente com refluxo na área posterior do joelho. Este refluxo pode dar-se na veia safena externa, na principal veia profunda (poplítea) ou noutras veias e só as imagens detalhadas darão a resposta. Se a insuficiência da veia safena externa não for detectada e se for feita uma cirurgia apenas à veia safena interna, as varizes reaparecerão.

– Varizes recorrentes após cirurgia prévia. O Eco-Doppler venoso permite verificar se existem veias com insuficiência na virilha que necessite de ser tratadas numa cirurgia futura e se existe alguma parte da veia safena interna na coxa que necessite de ser removida.

– Veias invulgares, como, por exemplo, varizes sob pressão, causada por veias perfurantes insuficientes em diferentes áreas da perna.As imagens produzidas pelo Eco-Doppler venoso permitem ao médico seguir as varizes superficiais e avaliar correctamente a saúde das veias.

A informação fornecida pelo Eco-Doppler venoso pode ser fundamental para a decisão de intervir cirurgicamente (se todos os problemas forem nas veias profundas uma cirurgia pode não ajudar) e para planear com exactidão quais as veias superficiais que serão tratadas.

Este exame pode ser repetido pouco antes da operação, para marcar na pele a localização exacta das veias afectadas. A precisão do Doppler portátil e do Eco Doppler venoso depende das capacidades da pessoa que os manuseia.

Outros exames especiais das varizes

Venografia

A venografia é uma radiografia feita após a injecção de um “contraste” (que aparece nas imagens radiográficas) numa veia do pé ou da virilha. Este exame pode, ocasionalmente, ser útil, mas tem sido, em grande medida, substituído pelo exame com Eco-Doppler venoso, em pessoas com varizes.

Pletismografia

Este termo é usado para diferentes testes das pernas, que ajudam a examinar a circulação sanguínea nas veias. Hoje em dia, são utilizados apenas em problemas raros e em investigação.

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